Olá, meus amores!
Quero, hoje, deixar aqui algumas reflexões e considerações à
respeito da importância do ensemble em teatro musical, tendo como base de
reflexão o texto do nosso querido Gerson Steves.
Uma visão mais contemporânea de ensemble seria "o tipo de atuação em que um elenco
funciona como uma equipe" ( definição de Jonnie Patricia Blake). Isso já
definiria tudo ou muita coisa, mas, ainda tem gente que enxerga o ensemble como
algo menor ou de menor importância.
Estaria essa visão atrelada ao comportamento
egoico da era pós revolução industrial/Sociedade pós moderna consumista, ou,
simplesmente ao fato do não entendimento artístico de uma obra/narrativa? Se
fôssemos discorrer sobre esses conceitos, teríamos que gastar algumas horas,
certamente,rs.
Penso que a função de aumentar o brilho, dimensão e
amplitude da narrativa, cabem à este nem sempre valorizado ensemble, muito mais
democrático e criativo, aliás, do que os corpos de baile dos ballets de
repertório(e falo por ter feito vários deles, pra não dizer quase todos, antes
de me tornar solista).
Pensando nessa linha de valor e importância do ensemble,
atores, cantores e bailarinos trabalham para construírem uma gama de códigos,
sejam eles vocais ou corporais, a fim de contribuírem com a eficácia de uma
narrativa. São vários elementos à disposição dos criadores para contarem uma
história, elementos estes que, supostamente, estão sendo ou já foram estudados
à exaustão.
Chamo de "criadores", aqui, nós artistas. Porque, por
mais que me deem marcas e códigos para reproduzir , eu posso e devo emprestar à
estes, a minha partitura interpretativa,
gestual e vocal, senão, em nada me sentiria diferente de um animal adestrado
que obedece comandos.
Logo, todos os elementos de cena (até os inanimados, rs), se
tornam peças fundamentais quando estamos de fato a serviço da ARTE, no meu ponto de vista.
Trazendo mais para o universo da dança no teatro musical,
cada gesto criado e ensaiado, sejam eles no formato solo, duo, trio ou
conjunto, deve e precisa estar a favor da narrativa e, portanto, com IGUAL peso
de responsabilidade.
Cada artista/criador pode e deve construir sua partitura
gestual e corporal a partir do
entendimento profundo do texto, ainda que esteja dançando (e, por favor,
interpretando) ao lado de mais cinquenta ou cem componentes.
À isto chamo, verdadeiramente, dramaturgia da dança, e não
alienada execução de códigos corporais.
Por, Alexa Gomes
Dança | CP MUSICAL