sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A ERA DOS MUSICAIS NO CINEMA

Algumas vertentes da arte possuem uma história tão longa que é praticamente inacessível à nós detalharmos cada fase da música ou das artes plásticas, por exemplo, pois há casos de registros desde a época pré histórica.
Porém, com o cinema acontece justamente o contrário, a origem da sétima arte é muito acessível, pois é justamente um curto período de tempo desde a sua criação. Por isso conseguimos acompanhar a sua evolução e torná-la muito mais verossímil a nossa sociedade.



Após os primeiros trinta anos do cinema, aparece em 1927 o primeiro filme com trilha sonora gravada e sincronizada: “O Cantor de Jazz”, não por acaso um musical, conta a história de um pretendente a cantor que sofre preconceito dos jazzistas tradicionais por ser branco.

Tinha como ator principal Al Jolson, a maior estrela dos musicais da Broadway. O filme inaugurou a era do cinema falado e o gênero musical era a melhor forma de explorar a novidade do som na sétima arte. Na mesma época despontava nas telas os talentos de Fred Astaire e Ginger Rogers, dois talentos revelados nos musicais da Broadway. 

Entre as décadas de 1940 e 1960, a produção de filmes musicais atinge seu ápice em Hollywood, com o surgimento também de novas estrelas, como Judy Garland, Gene Kelly, Bing Crosby.  
Filmes  como "O Mágico de Oz" (direção de Victor Fleming, 1939), "Agora Seremos Felizes" 
(direção de Vincente Minnelli, 1944), "Modelos" (direção Charles Vidor, 1944), "Cantando na Chuva" (direção de Stanley Donen e Gene Kelly,1952), "O Rei e Eu" (direção de Walter Lang, 1956), "Amor, Sublime Amor" (direção de Jerome Robbins e Robert Wise, 1961) e "My Fair Lady (direção de George Cukor, 1964) tornaram-se clássicos do gênero.  

Muitos deles, como "Amor, Sublime Amor" foram adaptações de musicais bem-sucedidos nos palcos da Broadway. Grandes estudiosos do Teatro Musical mundial dizem que "Amor, Sublime Amor" é um filme tecnicamente perfeito, onde as musicais complementam o roteiro, o roteiro se encaixa nas musicas, a fotografia harmoniza com a história, etc.

Nessa era dourada do cinema hollywoodiano, os musicais tiveram um papel destacado na indústria cinematográfica. Mas, no fim da década de 60, o gênero mostrava sinais de esgotamento na sétima arte. Naqueles anos, a contracultura hippie e a cultura pop inspiraram alguns musicais que atualizaram a linguagem do gênero e o mantiveram ainda por algum tempo entre os mais apreciados do cinema.

Hoje, não só os filmes musicais fazem sucesso mas também as animações da Disney, por exemplo. Apesar de existir um grande preconceito de alguns diretores conceituados com os filmes musicais, até hoje são produzidos em massa, ganhando não somente às telonas, mas também séries americanas e animações infantis e adultas.

Algumas adaptações de musicais da Broadway para o cinema ganham até novas musicas ou reformulações, deixando o filme mais interessante de assistir. Grandes diretores dessas produções tem a sensibilidade de perceber que a linguagem cinematográfica é e deve ser diferente do espectador assistir à história num teatro, por isso essas adaptações são sempre bem vindas.
Um exemplo recente foi a adaptação do musical Rent para as telonas. Na Broadway o musical é todo cantado, quase sem texto, porém no cinema o diretor optou por incluir as musicas e transformar todo o texto musical em diálogos falados. O que resultou num filme que atingiu um público diferenciado, não só de musical.

Grandes musicais, grandes filmes. Vale a pena conferir cada um deles.



  

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