segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Michael Bennett: Bailarino e Coreógrafo da Broadway !!!

Michael Bennett (nasceu em Buffalo, NY em 8 de Abril de 1943 e morreu em Tucson, AZ, 2 de Julho de 1987), era também um diretor de teatro, produtor e escritor. Famoso pela obra A Chorus Line, ele ganhou sete Tony Awards ao longo de sua carreira. Ganhou também três Drama Desk Awards, tanto pela coreografia como pela direção de musicais e recebeu treze indicações para outros prêmios. Muitos dos seus projetos foram deixados incompletos quando ele morreu precocemente de doenças oportunistas por conta de AIDS.
Seu nome completo é Michael Bennett DiFiglia. Sua mãe era judia e seu pai católico. Ele estudou dança e coreografia no início da sua adolescência. Ele foi elenco de diversos shows musicais no seu colégio em Buffalo antes de aos 16 anos entrar em uma versão de turnê do West Side Story, como o personagem Baby John. Depois de uma turnê pela Europa e pelos Estados Unidos, ele entrou na Broadway em 1961 em um musical de Betty Comden/Adolph Green/ Jule Styne, Subways Are For Sleeping.

Em novembro de 1962, Bennett foi assistente de coreografia de um pequeno musical chamado Nowhere To Go But Up. No elenco havia mais um aspirante a dançarino e coreógrafo, Bob Avian, que se tornaria seu amigo pela vida toda, seu assistente e seu colaborador em praticamente todos os seus projetos importantes dos anos seguintes.

Em 1963, Michael bennett estava dançando no Here's Love de Meredith Wilson e um ano depois no Bajour. Em 1965 e 1966 ele era um dançarino de uma série do canal NBC chamada Hullabaloo, na qual ele conheceu Donna Mckechnie, que também esteve ligada a ele por toda a vida.

Bennett começou como coreógrafo solo e, 1966 no A Joyful Noise, que mesmo com apenas doze apresentações rendeu a ele uma indicação ao Tony. Nos quatro anos seguintes ele teve sucesso crescente, com quatro shows - Henry, Sweet Henry (1967). Promises, promises (1968), Coco (1969) e Company (1970) - cada um dos quais ultrapassou o último (exceto Promises, Promises que ultrapassou todos eles) e cada um dos quais rendeu a Bennett uma indicação ao Tony® , cada. Finalmente em 1971, Bennet ganhou um Tony® pelo Follies de Sondheim e dividiu o Tony® pela direção com Hal Prince. Trabalhando com Prince nos seus dois últimos shows, Bennett começou a pensar que ele deveria dirigir e não coreografar.

Em seu primeiro vôo solo ele diigiu Sada Thompson em quatro mini-shows de Twigs (coincidentemente a música era de Sondheim), e houve 289 récitas. Seesaw (1973) foi tão bem quanto o anterior, mas para este musical de Coleman/Fields, Bennett não apenas dirigiu e coreografou, mas também escreveu o libreto. Ele ganhou o Tony® em 1974 por melhor coreografia e foi indicado pelo libreto e pela direção.

Bennett tinha sido chamado para "salvar" Seesaw seis meses antes da estréia na Broadway, e insistiu em absoluto controle sobre a produção. Ele agora estava convencido de que o método usual de "desenvolvimento" do musical da Broadway - testes fora da cidade, reescrever, substituições de última hora - era contraproducente. Ele teve uma idéia melhor: em vez de começar a partir de um script, ele deixaria o "libreto" evoluir para fora das vidas e experiências dos artistas. Ele gravou centenas de horas de entrevistas com dezenas de bailarinos Broadway - conhecidos como "ciganos" - e desenvolveu o seu show em um ano de oficinas no The Public Theatre de Joseph Papp. Assim nasceu A Chorus Line. (The Public Theatre, por sinal, foi beneficiado generosamente como um dos produtores do show; De fato, o New York Shakespeare Festival pode dever a sua própria sobrevivência Bennett e compositor Marvin Hamlisch).

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Estréia do Musical: " O Homem de La Mancha"


Cenografia e Produção
Na semana da sua pré estréia, pude conferir o brilhante espetáculo "O Homem de La Mancha", produzido pelo Atelier de Cultura, em parceria com Sesi, Senai e FIESP.

O último musical que eu havia gostado por completo foi "My Fair Lady", produzido em 2008 e dirigido por Jorge Takla.


Assim como "My Fair Lady", "O Homem de La Mancha" possui grande harmonia em todas as categorias que costumo avaliar: interpretação, canto, coreografias, cenografia, iluminação, direção e adaptação.

Brilhantemente ambientalizado em um hospício brasileiro dos anos 30, o diretor Miguel Falabella, foi mais feliz neste novo espetáculo do que na adaptação anterior "A Madrinha Embriagada". Além de trazer a história para o Brasil, ele nos propõe a idéia de relacionarmos Miguel de Cervantes ao Bispo do Rosário, dando mais nacionalidade ao espetáculo.


Algo que me chamou muito à atenção, foi a concepção da cenografia e iluminação. Por isso fui conversar com Gustavo Fló, assistente de produção do espetáculo. Gustavo acompanhou a montagem desde as audições e esta muito presente no cotidiano da montagem.

A cenografia foi concebida por dois cenógrafos ingleses Matthew Kinley e David Harrys, seu sócio.
Buscaram referências em livros que contavam como era a vida dentro de um manicômio, livros específicos de Hospícios.
Outra referência que usaram, a pedido de Miguel Falabella, foram obram do Bispo do Rosário para criarem assim os painéis.

A estrutura do cenário é toda em aço. O cenário foi todo construído e fabricado por alunos e funcionários do Senai de Lençóis Paulistas. Foi trazido para São Paulo e montado aqui, pela equipe técnica do espetáculo."  - Conta o assistente de produção.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Teatro Musical – Saindo do Quadrado!


           Uma visão a partir de V. Meyerhold

Nas ultimas décadas o Teatro Musical recuperou sua força artística e popularidade. No ocidente, isso foi reforçado com a produção de musicais com temáticas que interessam aos jovens nos grandes circuitos de Nova York. No entanto, não é ali que nasce o teatro musical. Nem deve ser apenas este considerado como tal. Seria uma visão extremamente limitadora e colonialista.
Há muitos teatros musicais, o que nos abre inúmeras possibilidades em relação a ele. Principalmente levando-se em conta o grande desenvolvimento e interesse de atores e público por ele no Brasil, nesses últimos anos. Certamente, há um caminho originado na ópera. Mas se estudarmos o oriente, veremos que teatro e musica são coexistentes e inseparáveis. Há ainda um teatro musical originado no Circo.
Dada essa variedade, e por não achar coerente limitar a visão artística sobre o Teatro Musical, quero dividir com vocês um pouco dos estudos sobre Meyerhold sobre o tema. Discípulo de Stanislaviski, Meyerhold se tornou um grande mestre do teatro que, por motivos históricos que não vou tratar aqui, acabou proibido de ser estudado por muitos anos. Mas já desde 1912, quando coordenava os programas de Teatro, Dança, Música e Circo da Rússia, buscava a formação de artistas em Teatro Musical.
Não no mesmo sentido da Gesamtkunstwerk[1] realizadas por Richard Wagner e que tiveram uma influência essencial nos caminhos percorridos pelo teatro europeu, nem somente nos modelos orientais, que situam a orquestra no palco.  Mesmo bebendo dessas fontes, o Teatro Musical de Meyerhold aprofunda certas questões, abrangendo sempre os papeis a serem desempenhados por todos os envolvidos na criação cênica e a função crítica da arte.
De forma ampla, essa expressão é utilizada para designar todo gênero artístico que mistura elementos teatrais e musicais, não importando a proporção de sua utilização. Desde que integradas música, texto e elementos visuais.
Em outra percepção, designa um teatro onde não é possível separar claramente as funções de ator, das de músico e das de dançarino, pois o intérprete deve ser capaz de friccionar essas artes em seu corpo. Esse é um teatro que utiliza a música para fins dramáticos, no qual os componentes musicais e teatrais se equivalem.
Há, ainda, comercialmente uma ideia de que o Teatro Musical é um gênero importado da Broadway, em forma de franquia, onde o foco é o entretenimento do público e nesse espetáculo se apresentam, num mesmo palco, atores, bailarinos e cantores, que por vezes revezam-se nesses papéis, sem no entanto precisarem passar por um processo de incorporação deles, mas mostrando seu virtuosismo em apenas uma dessas linguagens, ficando a “função” de ator subordinada às outras duas.
Nenhuma dessas definições, no entanto, “corresponde à noção de teatro musical que se depreende da prática de Meyerhod, na qual as relações entre teatro e música não são de equivalência, mas extremamente complexas e variáveis. Em sua obra, o “teatro musical” seria uma forma de teatro dialogado em que o papel da música, audível e inaudível, é o de valorizar o texto, estruturá-lo, aprofundar seu sentido, encená-lo afinal. Seria um teatro dramático, no qual a música tem um papel essencial na encenação de um texto.”[2]A música não ilustra ou reforça as ações, ele é a sua base, sua estrutura, uma vez que, com o corpo, o ator a realiza para executar as ações que lhe foram designadas. Tudo é musicalizado: o texto, o gesto, o olhar, a iluminação.
Num espetáculo meyerholdiano, a música se combina a partir de duas fontes principais: o diretor e o texto. Essa estrutura leva Meyerhold a elaborar, a partir de 1930, o princípio do Realismo Musical. Esse movimento em seu fazer teatral significa um amadurecimento pós reação ao naturalismo e a toda sua experimentação simbolista. No realismo musical todo o espetáculo é composto como música, audível ou não, desde a dramaturgia. Ele sabe utilizar bem a música tanto em sua força de estruturação e organização, quanto em seu impacto emocional, lírico ou crítico.
No Brasil temos muitos exemplos de Teatro Musicais que, direta ou indiretamente, seguem as propostas de Meyerhold, como a Cia Balagan e o Grupo Paulada de Drama Musical (dirigido por mim). Mas também fazem Teatro Musical a Cia São Jorge, o Galpão do Folias, a Cia do Latão, a Cia do Tijolo, entre tantas outras. Embora seja também Teatro Musical as produções de Moeller e Botelho e do Miguel Falabela. O que pretendo com este post é apenas que ampliemos nossa visão sobre o tema epossamos, assim, aprofundar nossas pesquisas para desenvolvermos um trabalho consciente e autônomo.

[1] “obra de arte comum” ou, “global”, geralmente traduzidas por “obra de arte total”
[2] PICON-VALLIN, Béatrice. 2008. A Música no jogo do Ator Meyerholdiano. p. 20-21




sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Aquecimento Vocal: O que é e qual a necessidade dele?


Falar de aquecimento vocal é mexer em um assunto extenso e complexo que não poderia ser resumido em apenas algumas linhas, mas devido as dúvidas mais frequentes que tenho ouvido por ai, eu tentarei fazer um breve resumo sobre o caminho que eu considero mais eficaz e adequado.

 Aquecer a voz na verdade é um processo de preparação de um instrumento, nosso corpo.
Quando observamos um atleta, seja ele um jogador de futebol, um nadador olímpico, um ginasta sempre podemos notar que alongar e aquecer faz parte de uma rotina preparatória e antecessora a pratica.
Para nós cantores não poderia ser diferente, temos que preparar nosso corpo para o canto que é, sem duvida, uma atividade física/muscular.
Começamos sempre com o Alongamento do corpo (Braços, pernas, cervical, clavícula, e costas) buscando a eliminação de tensões e correção de postura. Sempre devemos começar a nossa prática alongando nosso corpo, se o corpo está relaxado e sem tensões excessivas o corpo tende a produzir um som relaxada e flexível, caso contrário a produção sonora será rígida e tensa.


Em seguida partimos para o que chamamos de aquecimento ATIVO, que vamos dividir em algumas partes.
A primeira delas é composta dos alongamentos dos músculos internos da laringe  com exercícios que buscam aumentar o fluxo sanguíneo local, estimular o funcionamento das musculaturas e preparar o corpo para a carga que virá a seguir. Exercícios de relaxamento da laringe e fortalecimento dos músculos Cricotireóideos (CT) e Tireoaritenóideos (TA), entre outros, fazem parte desse grupo.
Não buscamos beleza vocal ou construção de timbre nessa fase, estamos apenas condicionando e alongando a musculatura interna.


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

CONHECENDO A ATRIZ,CANTORA E BAILARINA:SUTTON FOSTER !!!


Sutton Foster, grande atriz, cantora e bailarina da atualidade. 

Sutton Lenore Foster nasceu na Georgia em 18 de Março de 1975, cresceu em Michigan e atualmente mora na cidade de Nova Iorque. Ela participou dos musicais: "The Will Rogers Follies"," Grease!"," The Scarlet Pimpernel"," Annie" e "Les Miserables" antes de estourar e ganhar o Tony Award em "Thoroughly Modern Mille".

Ela foi protagonista dos seguintes musicais: "Little Woman", "The Drowsy Chaperone", "Young Frankenstein" e "Shrek o Musical". E estrelou a remontagem do musical "Anithing Goes", pelo qual ganhou o Tony de 2011,além de outros prêmios.
No video indicado abaixo, vocês poderão ver Sutton Foster em um ensaio de um número do musical "Anything Goes".
Sutton passou um tempo em Los Angeles, onde estrelou a série da ABC "Bunheads".
Em breve ela estará na série "Younger" de outro canal.
Ela começou na TV aos 15 anos e a TV é uma de suas paixões.
Tem também uma carreira como cantora solo, já tendo feito shows, inclusive na famosa casa de espetáculos,  Carnegie Hall.

 O ensaio do número:


E agora, o mesmo número apresentado no Tony Awards em 2011, a maior premiação de Teatro Musical.





Fonte: 



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Grandes Nomes dos Musicais - Parte VIII – Audra McDonald

Tenho apresentado desde o ano passado aqui no blog do CP MUSICAL uma série que conta a história de algumas personalidades do Teatro Musical americano. 

Já falamos de:
- Stephen Sondheim
- Angela Lansbury
- Bernadette Peters
- Idina Menzel
Andrew Lloyde Webber
- Julie Andrews

Hoje é dia de falar da minha “Cantriz” Favorita Audra McDonald, conhecida pelos seus papeis em peças como Carousel, Ragtime, Twelfth Night e Porgy and Bess, Audra já ganhou nada mais nada menos do que seis Tony´s Awards ao longo de sua carreira.




Nascida em Berlim na Alemanha no dia 03 de julho de 1970 filha de pais americanos, sua mãe Anna Kathryn era administradora de uma universidade e seu pai Stanley McDonald era diretor de uma escola. Mais tarde seu pai se filia ao serviço militar americano e se muda com a família  para Fresno na Califórnia.




Diagnosticada com hiperatividade e Déficit de Atenção começou a estudar teatro na adolescência como um auxilio terapêutico para o tratamento de sua doença.
Estudou no programa de arte da escola Roosevelt e paralelamente trabalhou com suas tias que lançavam um grupo de musica gospel chamado de Mcdonald Sisters onde Audra ajudava em alguns vocais.  No ensino médio Audra vai estudar em Nova York música clássica e arte dramática graduando-se em 1993
Um ano após sua formatura fez a audição e passou para o elenco do Revival de Carousel, ganhando o seu primeiro Tony Award pelo papel de Carrie Pipperidge
Ganhou outros dois prêmios Tony pelos seus papeis em Master Class de Terrence McNally em 1996 e por Ragtime Musical de 1998 sendo a primeira e única mulher a ganhar 3 prêmios Tony antes dos 30 anos. Em 2004 ela ganhou o quarto tony por A Raisin in The Sun, em 2012 vem o quinto premio por Porgy and Bess, e em 2014 ela entra para a história ganhando o seu sexto premio por Lady Day at Emerson´s Bar and Grill sendo a única atriz a ganhar seis premios tonys na história.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

AÇÕES DE RESPOSTA !!!

Num teatro essencialmente dramático, como é o musical, tudo se dá a partir das ações das personagens que ao se friccionarem criam tensões. Essas tensões podem ser desde amor verdadeiro ao ódio profundo, passando por tudo que há de intermediário e indo além. É neste local de tensão justamente que se dão as ligações da trama. Essas tensões, que já são dadas pelo texto, em cena são dilatadas pelas ações dos atores e pelas novas tensões por eles descobertas, criando uma outra e fundamental tensão: com o público.
Manter o público ligado a tudo que está acontecendo e ainda emocioná-lo é sempre o objetivo. Isso se dá a partir das ações. Estudar o texto e compreender todas as ações é fundamental. Todo trabalho do ator é sempre envolto em ações. Ações pscicofísicas, ações vocais, ações coreográficas, ações cênicas. Enquanto um ator está emanando seu texto (falado ou cantado) as ações pscicofísicas podem desenhar suas intenções e reforçar ou contradizer as ações vocais. Quero falar disso num outro post...
Vamos abordar aqui o trabalho daquele ator que não está proferindo texto (falado ou cantado), mas para quem o ator que diz algo direciona suas ações cênicas. Estou falando aqui de ações de resposta. Aquelas que concordam, reforçam, discordam, atenuam, confrontam, enfim friccionam com as ações emanadas por aquele que “diz” algo.
É muito comum assistirmos atores completamente imóveis diante de outro que está dizendo algo a ele. Isso esvazia a tensão entre eles e a tendência é que o público se desinteresse pela cena (já que a tensão com ele também é esvaziada). Mas é de extrema importância que todos estejam “vivos” em cena e sempre “preenchidos” por ações.
As ações daquele que escuta são, muitas vezes, mais importantes e em maior destaque cênico que as do seu interlocutor. É a disponibilidade desse ator para quem se fala, transformada em ações, que trará possibilidades de leituras ao público, mantendo-o ligado à cena. Isso exige estudo das falas dos demais e das intenções da sua personagem, seguido de um trabalho de intenso de investigações das ações envolvidas.

A inquestionável atriz Vanessa Gerbelli em cena do musical “Quase Normal” nos dá uma bela demonstração de preenchimento por ações de resposta. Notem que ela segura as emoções da “mãe” contracenando sem apenas apreciar seus parceiros de cena, mas provocando-os ao conflito que a cena exige. Esse trabalho primoroso de ações permite que toda sua emoção venha à tona quando começa a dizer seu texto cantado.