sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Estréia do Musical: " O Homem de La Mancha"


Cenografia e Produção
Na semana da sua pré estréia, pude conferir o brilhante espetáculo "O Homem de La Mancha", produzido pelo Atelier de Cultura, em parceria com Sesi, Senai e FIESP.

O último musical que eu havia gostado por completo foi "My Fair Lady", produzido em 2008 e dirigido por Jorge Takla.


Assim como "My Fair Lady", "O Homem de La Mancha" possui grande harmonia em todas as categorias que costumo avaliar: interpretação, canto, coreografias, cenografia, iluminação, direção e adaptação.

Brilhantemente ambientalizado em um hospício brasileiro dos anos 30, o diretor Miguel Falabella, foi mais feliz neste novo espetáculo do que na adaptação anterior "A Madrinha Embriagada". Além de trazer a história para o Brasil, ele nos propõe a idéia de relacionarmos Miguel de Cervantes ao Bispo do Rosário, dando mais nacionalidade ao espetáculo.


Algo que me chamou muito à atenção, foi a concepção da cenografia e iluminação. Por isso fui conversar com Gustavo Fló, assistente de produção do espetáculo. Gustavo acompanhou a montagem desde as audições e esta muito presente no cotidiano da montagem.

A cenografia foi concebida por dois cenógrafos ingleses Matthew Kinley e David Harrys, seu sócio.
Buscaram referências em livros que contavam como era a vida dentro de um manicômio, livros específicos de Hospícios.
Outra referência que usaram, a pedido de Miguel Falabella, foram obram do Bispo do Rosário para criarem assim os painéis.

A estrutura do cenário é toda em aço. O cenário foi todo construído e fabricado por alunos e funcionários do Senai de Lençóis Paulistas. Foi trazido para São Paulo e montado aqui, pela equipe técnica do espetáculo."  - Conta o assistente de produção.



Dentro do espetáculos há alguns objetos que tornam a cenografia ainda mais interessante.

"Há algumas cadeiras de roda antigas, do anos 30, utensílios hospitalares, malas, lixeiras, todos objetos característicos de um manicômio. Fui umas três vezes em alguns Ferros Velhos para buscar esses adereços. Os hospitais não puderam nos vender ou doar porque alegavam risco de contaminação, então o jeito foi buscar no ferro velho." - diz Gustavo Fló.

Outra curiosidade é que todo o cenário é pintado à mão, desde o chão até as paredes. Segundo Fló, foi dada toda uma base de tinta cinza para depois realizarem um trabalho de envelhecimento a cada item, para ficarem com um aspecto rústico e se adequarem com a época narrada.

Há muitos aspectos que chamam à atenção nesse grandioso espetáculo. Hoje falei um pouco sobre o que normalmente não prestamos tanta atenção, mas que faz uma enorme diferença para que uma montagem seja brilhante.
No próximo post conversarei com alguns atores do espetáculo, para que possamos entender como foi o processo da parte artística.

Não deixem de assistir, é impecável e imperdível.






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